por Telma Holanda
Pensando nesses muitos deslocamentos escolho fazer a leitura da escritura de cada Território que percorri e convido você, na Entre_Territórios, a conhecer os meus Territórios e minha trajetória.
EN_TRE!! João Carrascoza diz que nosso começo de vida é de muita leitura de mundo e Paulo Freire reforçaria essa afirmação. Foram muitos os lugares em que passei e muitas leituras feitas em tempos distintos. Abrindo o mapa de minha vida e olhando para cada caminho, deslocamento e rota desbravada começo a ler o que aprendi com cada contexto e o que consegui guardar em minha bagagem de um lugar para o outro. Deslocamentos pressupõem esforços, transferências, vivências e um tempo. Pensar nessas características tão importantes ao olhar para o percurso de uma história de vida é olhar para cada território e validar a escritura de cada um deles. Ao abrir a escritura que trago do território do Ceará, leio um documento que narra minha origem, heranças culturais e de valores familiares que correm dentro de mim. Do Paraná, a escritura me apresenta os três primeiros anos de uma criança em contato com a natureza e a convivência com o irmão, primos e tios declarada no sítio com sua lavoura de café localizado próximo a Apucarana. De São Paulo, em São Caetano, carrego a escritura de uma infância de descoberta do território escolar, as lembranças das professoras, dos colegas e do trajeto de casa até a escola, caminho percorrido com muito amor. De outro Território chamado Santo André, guardo as histórias ainda da infância somadas a da adolescência, das brincadeiras na rua, dos amigos, do aprendizado de mundo feito entre deslocamentos diários de ônibus e do quintal de uma casa que habitei com muita intensidade. De Pindamonhangaba, território que me distanciou do urbano para novos olhares e experiências, está escrito que nele desbravei novas rotas: as das amizades, as do mundo da Educação, do trabalho, da profissão e ao destino de uma nova família. Foi nesse lugar que deixo de ser uma e passo a um viver somado. Eu no Marcos, no Pedro e na Ana e eles em mim. A escritura desse lugar documenta minha família, a junção de nomes, histórias e lugares. Como boa viajante não parei em meus deslocamentos e acabei chegando em Guarulhos, território que me trouxe em busca de trabalho. Neste lugar de mais de 1milhão de habitantes conquistei cidades, novos estados e países. De casa ao aeroporto passei a ser passarinho em constantes voos e assim conheci territórios de outra perspectiva. A escritura nessa cidade é carregada com as cores do vermelho, azul e preto entre carimbos registrando marcas de Territórios Educacionais por onde vivi muitas chegadas e partidas: Itália, Portugal, Espanha, EUA, Argentina, Paraguai, Finlândia, Estônia, França,Inglaterra, Chile e Peru foram lugares em que me movi em Diálogos pela educação. Paulo Freire me diria: ...”me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente.” Foram muitos os meus movimentos enquanto gente e educadora e agora vivo uma nova história com a Entre_Territórios. Meu desejo hoje é que a Entre_Territórios possa ser lida como o lugar em que o convite na chegada mobilize muitos educadores. Assim, como eu compartilhei meu Território tão particular, composto de muitos Territórios, desejo que cada um que En_tre neste espaço traga o seu singular contexto e some pluralmente a essa nova história e espaço voltado para a Educação.
Telma
A vida realmente mostra possibilidades, mas, somos nós, que devemos nos mover para que ela aconteça. Que lindo LER sua trajetória, escrita de maneira tão poética. Sucesso, alegrias e muita movência neste NOVO que se descortina. Bjs e
Prima, você descreve sua trajetória e os territórios que conquistou com tanta delicadeza e amor nas palavras que me faz te admirar cada vez mais.Parabéns!
Recorrer territorios , amplios, diversos , nuevos, con historias.
Hermoso relato Telma...continuemos recorriendo hoy mas que munca nuevos territorios